Quem recebe dinheiro público não pode ter prática antissindical, alerta CNM/CUT



A CNM/CUT cobrou do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um dos principais bancos de fomento do governo federal, atenção a empresas que recebem investimentos governamentais e realizam práticas antissindicais, ameaçando os direitos dos trabalhadores.

A pauta foi levada a reunião com representantes do banco no último dia 27 de junho, em São Paulo. O encontro contou com dirigentes metalúrgicos ligados à IndustriALL Brasil, Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM-CUT/SP) e Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal), e debateu também investimentos na indústria a partir do novo programa setorial do governo, o Nova Indústria Brasil (NIB).

Os representantes da FEM-CUT/SP levaram ao banco o caso da Embraer, que impõe dificuldades para trabalho sindical no chão de fábrica. Em 11 de junho, um grupo de dirigentes da CNM/CUT já havia alertado representantes do Ministério da Previdência, em Brasília, sobre a falta de condições de trabalho na planta da multinacional Tupy, em Joinville (SC), que tem entre os seus principais acionistas o BNDES. 

“Os representantes do BNDES assumiram o compromisso de se reunirem com a direção da Embraer e colocar as questões que foram reclamadas aqui, pedindo atenção aos direitos dos trabalhadores. Essa é uma estratégia que o movimento sindical tem de buscar outros caminhos para atingir empresas que têm práticas antissindicais”, afirmou o secretário-geral da CNM/CUT, Renato Carlos de Almeida (Renatinho).

Desde maio a Confederação está em contato com o banco governamental, também articulando estratégias para facilitar acesso de crédito das empresas do ramo metalúrgico, principalmente médias e pequenas empresas, desde que respeitando o trabalho dos sindicatos e os direitos dos trabalhadores.

Renatinho ressalta que o movimento sindical precisa estar sempre atento a cobrar das esferas de governo que as empresas que recebem dinheiro público não podem praticar atos antissindicais, e que exista sempre contrapartidas para os trabalhadores.

“Articulamos em conjunto com a IndustriALL Brasil para que fosse construída uma agenda para esclarecer para possíveis empresas interessadas e até aos representantes dos trabalhadores qual é o caminho para acessar os recursos do BNDES, aos créditos que o banco disponibiliza”, explicou Renatinho.

Investimentos

Segundo o presidente da IndustriALL-Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, o objetivo é, a partir do encontro, desenvolver um processo de capacitação para o movimento sindical, para que os dirigentes compreendam como funciona a política de investimentos.

“Principalmente as micro e pequenas empresas têm necessidade de entender como funcionam e como ter acesso a essas linhas de crédito.  Por isso, a proposta é que os dirigentes sindicais se apropriem de todas essas linhas para que a gente consiga disseminar tudo que o BNDES está fazendo”, afirma Aroaldo.

O presidente da FEM-CUT/SP, Erick Pereira Silva, também esteve presente na reunião e reforça que são as micro, pequenas e médias empresas que geram mais empregos. “A federação faz questão de ajudar a construir esse processo”.

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